Como dividir os parágrafos?

Todos nós sabemos escrever, mas será que sabemos como dividir os parágrafos? Desde que começamos a escrever na escola, aprendemos que “cada parágrafo deve abordar um assunto”. Entretanto, vamos perdemos a noção do quanto “mede” cada parágrafo, ou seja, de quantos aspectos do mesmo assunto conseguimos discutir em um único parágrafo?

Além disso, escrevemos nossos textos privilegiando um tema. Por isso, primeiro precisamos distinguir o que é tema e o que é assunto dentro de uma redação. Para simplificar, um mesmo tema engloba diferentes assuntos, ou seja, aspectos distintos sobre determinada questão. Esses serão agrupados em virtude do ponto de vista que se quer defender.

Como dividir os parágrafos em diferentes tipos de texto?

Quando vamos elaborar uma redação de vestibular, seguimos um formato “engessado” de 4 a 6 parágrafos, em virtude da quantidade de linhas disponíveis (cerca de 30) e da estrutura clássica da dissertação (introdução, desenvolvimento e conclusão).

Passada essa etapa, vem a monografia (resultante do Trabalho de Conclusão de Curso), na qual temos mais liberdade para trabalhar com parágrafos curtos, em forma de topicalização dos assuntos discutidos. No mestrado, passamos a apresentar discussões mais substanciosas sobre um mesmo tema, dentro do qual discutimos vários assuntos. Enfim, no doutorado, nossas reflexões tornam-se ainda mais densas e o cuidado com a paragrafação deve ser ainda maior.

Mas como ficam os parágrafos?

Independentemente do gênero textual, a divisão dos parágrafos por assunto sempre prevalece. Mas, nem por isso, o parágrafo deve servir como uma camisa de força.

É a consistência das discussões que faz de cada parágrafo uma representação maior ou menor de um microtexto.

Isso significa que todo e qualquer parágrafo deve ter um começo, um meio e um fim, ou seja, uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão em torno de uma ideia central.

Feita a divisão dos parágrafos, precisamos nos preocupar, ainda, com a coesão e a coerência textuais, que garantirão o fio condutor entre os parágrafos… mas essa discussão fica para outro post…

QUEM ESCREVE?

Fernanda Massi é Mestra e Doutora em Linguística e Língua Portuguesa pela Unesp/Araraquara. Ela é também Pós-Doutora em Linguística Aplicada pela UNICAMP. Foi professora de Leitura e Produção de Textos na Unesp/Araraquara e na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Nesse período, orientou trabalhos de conclusão de curso (TCC) e de iniciação científica. Fernanda trabalha com revisão de texto desde o início da sua graduação em Letras (2004) e é também a responsável pelas revisões da Letraria.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Preencha esse campo
Preencha esse campo
Digite um endereço de e-mail válido.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

A importância da leitura
O Banqueiro Anarquista, de Fernando Pessoa