Nesse texto, vamos te explicar como usar “não só… mas também”. Essa expressão deve ser usada em conjunto, pois ela indica uma complementação. Por exemplo, “Nesse blog falamos não só de língua portuguesa, mas também de normas ABNT”. Na frase, estamos indicando que esse blog trata de dois assuntos: língua portuguesa e normas ABNT. Portanto, a expressão funciona do mesmo modo que “não só… como também”, ou seja, o “mas” não está indicando uma oposição porque não está sozinho. Acompanhado do “também”, ele traz o sentido de adição. Além disso, o “não só” traz uma restrição que é complementada pelo “mas também”.
Na fala, é muito comum usarmos apenas o “mas também” quando queremos realçar um problema, uma oposição. Por exemplo: “Ele não passou na prova, mas também não estudou”. Porém, na escrita, usamos sempre essa expressão em conjunto com o sentido de acréscimo.
Como fica a concordância? E a vírgula?
Quando se usar a expressão “não só… mas também”, a concordância pode ser feita tanto no singular quanto no plural. Maravilha, né? Assim, as chances de você errar a concordância são nulas, pois as duas formas estarão corretas. A diferença é a ênfase que você quer dar. Por exemplo:
Não só a professora, mas também a aluna recebeu o prêmio.
Não só a professora, mas também a aluna receberam o prêmio.
Na primeira frase, a ênfase é na ação de “receber”. Já na segunda, a ênfase é em quem recebeu (a professora e a aluna).
A vírgula deve sempre ser usada para separar os elementos que vêm antes do “mas também” e os que vêm depois. Ou seja, usa-se sempre a vírgula antes do “mas também”.
QUEM ESCREVE?
Fernanda Massi é Mestra e Doutora em Linguística e Língua Portuguesa pela UNESP/Araraquara. Ela é também Pós-doutora em Linguística Aplicada pela UNICAMP. Foi professora de Leitura e Produção de Textos na UNESP/Araraquara e na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Nesse período, orientou trabalhos de conclusão de curso (TCC) e de iniciação científica. Fernanda trabalha com revisão de texto desde o início da sua graduação em Letras (2004) e é também a responsável pelas revisões da Letraria.