Qual seria o correto: para mim fazer ou para eu fazer?
Depende… Antes de apagar do seu vocabulário a forma “para mim fazer”, entenda porque essa estrutura está errada, quando ela faz sentido e qual é o correto. Assim, você vai conseguir se comunicar de forma eficiente e autônoma.
Nas expressões “para mim fazer” ou “para eu fazer”, temos a mesma estrutura gramatical: preposição (para) + pronome (mim/eu) + verbo no infitinivo. Pensando nessa lógica, o uso de preposição (para) + pronome (mim) está correto! Ou seja, “para mim” é uma expressão gramaticalmente certa. Assim, o que está errado aqui é o uso do “mim” com o verbo no infinitivo (fazer).
Vejamos alguns exemplos
Na frase, Traga informações para mim, o uso de “para mim” está correto. Do mesmo modo, a preposição “de” antes de “mim” está correta nesta frase: Não fale de mim para ele. Também está correto o uso de “a” + “mim” na frase Isso foi o que chegou a mim.
Por outro lado, há casos em que a expressão “para mim fazer” é usada de forma correta. Vejamos: Para mim, fazer doces é um prazer.
PARA MIM FAZER ou PARA EU FAZER?
O que não pode ocorrer é o “mim” ser sujeito da oração. Ou seja, na frase anterior Para mim, fazer doces é um prazer, não estamos dizendo “mim fazer doces”. Estamos dizendo que Fazer doces é um prazer para mim.
Quando invertemos a ordem dos elementos na frase, conseguimos entender se o “mim” é ou não o sujeito da oração. Outro exemplo da frase anterior seria É um prazer, para mim, fazer doces. Ainda, podemos dizer Para mim, é um prazer fazer doces. Vejamos que as quatro frases têm o mesmo sentido, mas estão escritas de formas diferentes.
Mim não pode ser sujeito da oração, ou seja, ele não pode praticar a ação descrita pelo verbo.
Nos casos em que o “mim” refere-se ao sujeito, você precisa usar “eu”. Por exemplo: Traga chocolate para eu fazer os doces. Nesse caso, quem vai fazer os doces é o “eu”.
QUEM ESCREVE?
Fernanda Massi fez Mestrado e Doutorado em Linguística e Língua Portuguesa na UNESP/Araraquara. Assim que terminou o doutorado, foi professora na UNESP e na UFSCar. Nesse período, deu aulas de Leitura e Produção de Textos e Metodologia do Texto Científico. Também orientou TCC e iniciação científica. Em seguida, fez Pós-doutorado em Linguística Aplicada pela UNICAMP. Atualmente, Fernanda é a responsável pela equipe de revisão da Letraria.
2 Comentários. Deixe novo
Na frase “para eu fazer” o vocabulo para não seria classificado como conjunção subordinativa adverbial final?
Olá, Thiago! Obrigada pela pergunta. 💜
Para ter a função de uma conjunção subordinativa adverbial final, seria necessário haver uma oração subordinada.
Em qual contexto você encontrou essa oração?