Como se escreve: ora ou hora? Na fala, as duas pronúncias são idênticas, mas na grafia e no significado, elas são diferentes. Vejamos o porquê.
Assim como já explicamos em outros textos aqui do blog, as duas formas estão gramaticalmente corretas! Porém, antes de optar por uma delas, entenda quando cada uma faz sentido e em qual contexto deve ser usada. Assim, você vai conseguir se comunicar de forma eficiente e autônoma, passando a mensagem que deseja.
A palavra “ora”, sem “h”, pode ter a função de advérbio, conjunção ou até interjeição. Quando usada duplamente, tem a função de conjunção, ou seja, ela liga duas palavras ou orações. Nesse caso, ela tem um valor alternativo. Isso significa que ela traz duas possibilidades, por exemplo, ora comia, ora cozinhava. Também existe a palavra “ora” decorrente do verbo “orar”, conjugada na terceira pessoa do singular: Ela ora todas as noites antes de dormir.
Por outro lado, a palavra “hora”, com “h”, é um indicativo de tempo e equivale a 60 minutos. Ela nunca é usada de forma repetida sem complementos! Podemos ver, por exemplo, o seguinte uso: hora de comer, hora de cozinhar. Mas não é gramaticalmente correto escrever hora comia, hora cozinhava. ❌
Afinal, qual é o correto?
As noções de certo e errado podem ser relativas na língua portuguesa, pois é preciso considerar a mensagem que se quer passar. Se o sentido pretendido for o de alternativa, a palavra gramaticalmente correta é ora, sem “h” e usada de forma dupla. Porém, se o objetivo for falar do tempo, o certo é se usar “hora”, com “h”.
Assim, espero que agora você saiba como se escreve. 😉
QUEM ESCREVE?
Fernanda Massi é Mestra e Doutora em Linguística e Língua Portuguesa pela UNESP/Araraquara. Ela é também Pós-doutora em Linguística Aplicada pela UNICAMP. Foi professora de Leitura e Produção de Textos na UNESP/Araraquara e na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Nesse período, orientou trabalhos de conclusão de curso (TCC) e de iniciação científica. Fernanda trabalha com revisão de texto desde o início da sua graduação em Letras (2004) e é também a responsável pelas revisões da Letraria.