Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida,
regular como um paradigma da 1ª conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,
ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito
assindético de nos torturar com um aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas,
conectivos e agentes da passiva, o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.
Paulo Leminsky
9 Comentários. Deixe novo
Qual é o motivo desse texto
???❓?
A literatura não precisa de motivos 😉
palmas não entendi nada mas palmas
estou no oitavo ano e não sei oque você falou
eu não sou muito inteligente
mas eu sei quem sou
Olá, Vitor!
Aproveite para conhecer nosso canal no YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCw07LXXWVCGQI0FoeRXnDjQ 😉
Pq ele não conseguiu ir para os EUA?
Muito bom
Obrigada! 💜
Conheça também nosso canal no YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCw07LXXWVCGQI0FoeRXnDjQ?view_as=subscriber
Esse texto é extraordinário, Mesmo que meu conhecimento da língua portuguesa não atinja esse alto nível, dá prazer ler algo que transforma figuras gramaticais em frases do cotidiano. Quem imaginaria escrever: “Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente” ou “Matei-o com um objeto direto na cabeça? Criatividade e cultura se misturam perfeitamente neste texto.
Obrigada pelo comentário, Ana! 💜
Esse texto é incrível mesmo.