O acordo ortográfico alterou a acentuação das paroxítonas, ou seja, das palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba.
Os países falantes da Língua Portuguesa (Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor Leste) assinaram o acordo e o colocaram em vigor desde 1994.
As alterações propostas dizem respeito à língua escrita. Portanto, não houve mudança na pronúncia das palavras. Embora haja muitas regras novas, não se pode dizer, por exemplo, que “todos os acentos foram extintos”.
Nessa postagem, veremos os casos de acentuação das paroxítonas.
O que são as paroxítonas?
Antes de começar, é preciso saber que paroxítonas são as palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba. Ou seja, a separação silábica nos mostra que a sílaba mais forte é a penúltima, por exemplo, i-déi-a.
Acordo ortográfico e acentuação das paroxítonas: o que mudou?
1) Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas.
Para entender essa regra, vale lembrar que “ditongo” é o encontro de duas vogais na mesma sílaba.
a-pói-a (verbo apoiar) > apoia
a-ssem-bléi-a > assembleia
es-tréi-a > estreia
i-déi-a > ideia
Por outro lado, as palavras “oxítonas”, cujo acento recai na última sílaba, continuam sendo acentuadas: pa-péis, he-rói, tro-féu, fi-éis…
2) Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u quando vierem depois de um ditongo.
Por exemplo: feiúra > feiura.
QUEM ESCREVE?
Fernanda Massi é Mestra e Doutora em Linguística e Língua Portuguesa pela Unesp/Araraquara. Ela é também Pós-Doutora em Linguística Aplicada pela UNICAMP. Foi professora de Leitura e Produção de Textos na Unesp/Araraquara e na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Nesse período, orientou trabalhos de conclusão de curso (TCC) e de iniciação científica. Fernanda trabalha com revisão de texto desde o início da sua graduação em Letras (2004) e é também a responsável pelas revisões da Letraria.